esmeraldina
Em Esmeraldina, cidade aquática, uma rede de canais e uma rede de ruas sobrepõe-se e entrecruza-se. Para ir de um lugar a outro, pode-se sempre escolher entre o percurso terrestre e o de barco: e, como em Esmeraldina a linha mais curta entre dois pontos não é uma reta mas um ziguezague que se ramifica em tortuosas variantes, os caminhos que se abrem para o transeunte não são dois mas muitos, e aumentam ainda mais para quem alterna trajetos de barco e trasbordos em terra firme.
Desse modo, os habitantes de Esmeraldina são poupados do tédio de percorrer todos os dias os mesmos caminhos. E não é tudo: a rede de trajetos não é disposta numa única camada: segue um sobe-desce de escadas, bailéus, pontes arqueadas, ruas suspensas. Combinando segmentos dos diversos percursos elevados ou de superfície, os habitantes se dão o divertimento diário de um novo itinerário para ir aos mesmos lugares. Em Esmeraldina, mesmo as vidas mais rotineiras e tranqüilas transcorrem sem se repetir.
CALVINO, Ítalo. As cidades Invisíveis. Tradução de Diogo Mainardi. São Paulo: Cia das Letras, 1990
CALVINO, Ítalo. As cidades Invisíveis. Tradução de Diogo Mainardi. São Paulo: Cia das Letras, 1990
Mônica Perondi de Cesero
Guilherme Scotti
Kethleen Rabelo
Luisa Gasparetto Bazzi
Andressa Carina Ferreira
Marcelo Rodrigues Gomes
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